Muito pouco e pouco muito


Ilustração oficial do blog - Uma rosa vermelha na diagonal, sobre um fractal do por do sol, com o nome Apon em relevo, na parte inferior da imagem. #PraCegoVer

Muito verbo e pouca verve,

muita ficação e pouco amor;

muito consuma e pouco preserve,

muito jardim e pouca flor.


Muito Facebook e pouca realidade,

muito dito e pouco feito;

muito discurso e pouca verdade,

muito dever e pouco direito.


Muita lei e pouca legalidade,

muito moralismo e pouca ética;

muita propaganda e pouca veracidade,

muita maquiagem e pouca estética.


Muito seguidor e pouco amigo,

muito “curtir” e pouco comentar;

muita chuva e pouco abrigo,

muito tweet, pouco retwitar.


Muito “artista” e pouca arte,

muita mídia e pouca cultura;

muito azar e pouca sorte,

muita promessa e pouca lisura.


Muito perder e pouco achar,

muita política e pouca lida;

muito querer e pouco lutar,

muita inverdade e pouca vida.


Muita teoria e pouca ação,

muito “poeta” e pouca poesia;

muita conectividade e pouca conexão,

muito ruído e pouca sintonia.


Muita grana e pouco ganho,

muito plágio, pouca dignidade;

muito pasto e pouco rebanho,

muita cópia, pouca originalidade.


Muita religião e pouca fé,

muito “nobre” e pouca nobreza;

muito sapato e pouco pé,

muita dúvida, pouca certeza.


Muito Noel, pouca natividade,

muito comercial e pouco cristão;

muito presente e pouca bondade,

muito artifício, pouco coração.


Muito... Pouco...


Antonio Pereira Apon.

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Antonio Pereira Apon

Autor do poema: A pedra. O distraído nela tropeçou... Procurando escrever em prosa e verso com a arte da vida.

13 Comentários

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  1. Amigo Antonio, bem assim, o mundo deveria ser povoado só de pessoas que tivessem consciência de tudo, mas não é assim, portanto o equilíbrio é mesmo individual, alguns têm outros observam e percebem, assim como você que com maestria nos mostra isso, ainda mais agora em tempos de festas natalinas e de fim de ano onde a discrepância fica mais evidente!
    Abraços meu amigo poeta querido!

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    1. Tem gente, que como político, vive com"cara de paisagem"; nada sabe, nada faz...

      Obrigado. Um abração.

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  2. Olá, António!

    Como está? Sua filhota?

    Esse seu poema está bem real, e construído de maneira muito inteligente, como é, aliás, seu apanágio.
    As pessoas vivem na e da aparência, e no faz de conta. Não dá para mim. Só comentam para serem comentadas, só dão se receberem e o TER é mais importante que o SER.

    Resto de lindo e feliz dia.

    Aquele abraço.

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    Respostas
    1. É a profunda superficialidade da internet. Mas ainda bem que existem exceções.

      Obrigado. Um abração.

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  3. Bom dia, António!

    Que esteja tudo bem, com a graça de Deus.

    Passando só para lhe deixar um abraço e lhe desejar bom fim de semana, e já agora, para fazer como seu texto diz, "número".

    Eu tenho muitos comentários, é verdade, e algum diálogo lá, que estabelecem comigo, e eu com seguidores mais próximos.

    António, falando como se você fosse meu irmão biológico: creio que uma boa parte das pessoas, que visitam e comentam meus blogs está começando a entender que eu não sou só a Luz (na realidade, meu nome é Emília) que escreve poemas sensuais e eróticos. Sou uma pessoa normal, que trabalha, que está bem e consolidada, no plano afetivo, tem uma família pequena, é verdade, só constituída por primos e primas, sou filha única, não tenho filhos, por opção e tenho dias bons e menos bons

    Claro que sei que você já percebeu, que eu sou daqueles/as seguidores/as, que até comento duas/três vezes a mesma pessoa, porque os posts dela me interessam e depois, ou não recebo nada, ou recebo um sucintíssimo comentário, MAS EU SOU RICA, DE CORAÇÃO.

    Gosto mais de DAR do que RECEBER..

    Aquele abração, cheio de luz, que tanto gostaria que você a enxergasse.

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    1. Acho que as pessoas estão acima dos números e ser é bem mais que ter. Comentar ou não, deve ser consequência de empatia e reciprocidade. jamais uma obrigação. Para mim, importam muito mais uns poucos comentaristas sinceros que as outras dezenas de seguidores meramente virtuais.

      Obrigado. Um abração minha top comentarista e amiga.

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  4. Olá Antonio
    seu poema retratou muito bem o que vivemos atualmente, uma sociedade superficial.
    Um abraço.

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    1. É a ditadura das aparências, o império do individualismo, a tirania da futilidade.

      Obrigado. Um abração.

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  5. Olá, António!

    Tudo bem?

    Agradeço sua visita e gracioso comentário.

    Que "tortura" maravilhosa! Acha, não? (já escrevo português, do Brasil, e tudo).

    Boa semana para você, meu TOP AMIGO.

    Aquele abração.

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  6. Oi Antonio,
    Sua poesia é um retrato fiel da "pobre" realidade!
    Pobre sim, pois é vazia!
    Sou assim feito você, quero perto de mim pessoas de verdade, que leem o que escrevo e se afinam com meu conteúdo, afinal somos o que escrevemos! É certo que por vezes (muitas vezes), voo para bem longe deste mundo a buscar palavras! Graças a Deus, os olhos da minha alma ainda olham para a vida pura e simples que embala meu viver!
    Seja muito feliz!
    Beijos!

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    Respostas
    1. Buscamos voar acima dos hiatos e tecer asas de palavras para quem queira ler e voar conosco.

      Obrigado. Um abração.

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  7. Olá Antonio

    Que espetacular este poema!

    Muito conteúdo pra poucas cabeças.

    É assim que vejo os bons como você, quase vozes únicas em uma multidão que grita ininteligivelmente, acreditando estar fazendo escolhas, e o pior, acreditando serem boas estas escolhas.

    Há um motivo claro para isto, há uma intenção não tão clara por trás disso.

    Um abraço e boa semana!

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    Respostas
    1. Pensar e sentir, para mudar, aprender e transformar. Quando querem, as pessoas podem descortinar o que esconde-se no "óbvio".

      Obrigado. Um abração.

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Clique para ler: A pedra.            Poema de Antonio Pereira Apon.




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