Ode a uma pobre gente


Ilustração oficial do blog - Uma rosa vermelha na diagonal, sobre um fractal do por do sol, com o nome Apon em relevo, na parte inferior da imagem. #PraCegoVer

Descaso a céu aberto,

desdém correndo infecto

cotidiano esgotar da vida.


Quem tem por teto o firmamento,

tem no desabrigo a sina

e na rotina um só lamento.


Panelas cheias de vazio

e o destino vadio,

“surfando” na enchente.


Violência e vício ali espreitam,

Viela estreita do existir.

Tribunais do tráfico,

rotina do trágico,

teimoso persistir.


Não tem samba nem poesia,

quando muito, a desvalia

da musiqueta mais vulgar.


Áfricas daqui,

guetos penitentes,

invisíveis indigentes,

“democracia” étnico-social.


Um Congo em cada encosta,

Burundis beirando o asfalto

Zimbábues e Eritreias, Malawis...


Bolsas e promessas vãs:

Um nada ter,

um crer que tem

e perder tudo.

Triste confusão:

Sonhos e miragens,

esperança e ilusão.


Urnas parindo algozes,

surdos às tantas vozes,

inconsciência de eleitor.


Populismo aventureiro

de araque, “socialista”;

Mandrake por dinheiro.


“Salvador da pátria”?!

Reles gigolô da “mátria”!

Na orfandade os jogou.


Antonio Pereira Apon.

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Antonio Pereira Apon

Autor do poema: A pedra. O distraído nela tropeçou... Procurando escrever em prosa e verso com a arte da vida.

10 Comentários

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  1. Olá, Antonio!
    Seu poema grito de realidade nua e crua, timbra ainda mais em mim a impaciência, o desânimo, o desalento diante de tamanhas atrocidades... Não temos 'foro privilegiado', apenas responsabilidades a cumprir... Já vivi e vi muitas 'delinquências politico-sociais', mas a atual é de um descaramento incrível! O descrédito toma conota dos valores morais, éticos que pregam, no mínimo que: - o meu direito termina quando começa o do outro! Há tempos que não vemos isso!
    Abraço.

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    1. Não sei até onde irão com tanta desvergonha, com tamanho achincalhe e zombaria para com tudo e todos. Mas eles passarão e o Brasil há de se reerguer e o povo acordar.

      Um abração.

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  2. Tudo está para se chega ao ápice e depois há de melhorar, tem até uma frase que é dita na nova novela das seis, "eta mundo bom", tudo piora para poder melhorar, mais ou menos isso, acho que já se chegou ao fundo do poço, isso no mundo todo, nem é só por aqui, bem como dizes em seus belos versos!
    Abraços amigo poeta, vamos seguindo!

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    1. Como a fênix que renasce das cinzas, o Brasil há de ressurgir renovado e depurado desse fogaréu. A crise vai passar.

      Um abração.

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  3. Oi, Antonio!
    Descrevestes muito bem o momento atual.
    Desanimo e tristeza movidos pela desgovernança total!
    Abraços!

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    1. Esperemos que o Brasil e seu povo sejam postos acima dos interesses de grupos e pessoas.

      Um abração.

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  4. olá, António...

    não sei se esse é seu mais recente post. já dei uma série de voltas por aqui e já li textos bem interessantes na leitura sorteada.

    descreveste, na perfeição, o que o teu país está vivendo. não há samba k anime, com elegância e verdade, esse sambódromo de mentira, do disse k disse, do já é e depois deixa de ser. enfim, a guerrilheira e seu amigo Lula, que já foi governo, e aparentemente parece representar a classe popular, está dando k falar. enquanto isso, continuam os assaltos em qualquer lugar, a qualquer hora e nos guetos, nem é bom falar.

    me explique, por favor, como é viver numa favela e num morro, ponto de interrogação. tenho uma ideia muito negativa destes lugares, mas deve haver gente boa, séria e decente lá. a mãe de uma amiga minha foi recentemente ao Brasil visitar o filho e ficou aterrorizada, porque as casas estão com grades nas janelas em S. Paulo. levava o celular na mão, como é vulgaríssimo em Portugal e disse-me que repentinamente, sentiu a presença de cem olhares, garotos que se preparavam para a assaltar.

    não te parece k haja um complot entre o poder legislativo, executivo e judicial, que deveriam estar separados.

    abraço e Páscoa feliz.

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    1. É este sim o post mais novo. Quanto à situação do Brasil. Vivemos numa absoluta bandalheira política, aonde, agora os setores da justiça e da Polícia Federal, que vem revelando os intestinos pútridos da politicagem, estão sendo ameaçados. Descaradamente, tentam amordaçar e intimidar às instituições que ousaram levantar o tapete da sujeira e se aproximar do mal feito do falso “pai dos pobres”, “salvador da pátria” ou algo que o valha. Pois sim! Para mim, nada mais que um aventureiro que abusou do seu carisma e bazófia para, valendo-se de circunstâncias favoráveis, fingir avanços, falsear prosperidade, dissimular virtudes e levar os crédulos e tolos na lábia. Não é atoa que num “ato falho”, ele mesmo se comparou a uma jararaca em uma de suas incontáveis bravatas. Agora o país paga por 14 anos de pura farsa, faz de conta e sórdidos sofismas. Mas, como diz um velho axioma: “Cada povo tem os políticos que merece”. Ainda tem gente que defende essa corja! Aí eu me lembro de um ditado que, ainda que vulgar, define bem quem ainda enxerga virtudes nessa escória: “Todo castigo pra corno é pouco”. Pela primeira vez na vida pensei deixar o Brasil. Se eu pudesse, pulava fora dessa zona e só voltava quando tudo fosse desratizado.

      Com certeza, a maioria das pessoas que habitam os guetos e favelas é gente de bem, que vive encurralada entre a ausência do estado e a epidêmica violência patrocinada pelo tráfico. São dezenas de assassinatos e furtos de veículos diariamente, celulares são roubados às centenas todos os dias, seja nos bairros nobres como nos mais pobres, vivemos gradeados, trancados em nossas residências, enquanto a bandidagem desfila livremente.

      Tudo isso, reflexo do desgoverno e da corrupção que solapa direitos e empurra a sociedade para o caos. Só Deus para nos socorrer.

      Um abração e uma boa páscoa.

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  5. Olá, Apon, como vai? Os problemas sociais se multiplicam e o pior, o povo está perdendo a confiança de que isso pode ser revertido. É tanto descaso... onde vamos parar? Tenho medo. E mais medo ainda do quanto o povo esquece rápido das coisas. Abraços!

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    1. Tempos difíceis e incertos. Regimes populistas, costumam levar o povo a esse tipo de crise. Passada a fantasia, desmascarada a farsa, desnuda toda a mentira e faz de conta, a realidade da corrupção, dos desmandos e da mais inconsequente irresponsabilidade, se apresentam cobrando altos tributos de todos. A História se repete, só os tolos ainda acreditam em bazófias de carismáticos politiqueiros, mal trajados de "salvadores da pátria" e suas quadrilhas, prontas a aparelhar o Estado. Creio que nos resta, rogar a Deus para nos tirar dessa cilada sem maiores consequências. No mais, tudo bem.

      Um abração e uma boa semana.

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Clique para ler: A pedra.            Poema de Antonio Pereira Apon.




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