Desentulha meu amigo!


Ilustração oficial do blog - Uma rosa vermelha na diagonal, sobre um fractal do por do sol, com o nome Apon em relevo, na parte inferior da imagem. #PraCegoVer

Nascemos sem nem a roupa do corpo e partiremos despidos de tudo, inclusive do corpo, consumido no túmulo ou na cremação. Mas levamos a vida acumulando coisas, entulhando o dia a dia de tralhas, cacarecos, trecos e afins. São inúteis utilitários, sapatos e roupas que não vestimos, florestas de papel, objetos que obsolescem sem uso, modernosos gadgets envelhecidos pelo desuso, souvenires esquecidos, adornos empoeirados, livros e discos, coleções de nadas, conjuntos de coisa alguma, extravagâncias, desnecessidades, ostentações… Supérfluos redundante e absolutamente, supérfluos.


Mas, bem pior que o sobejar de materialidades, é o entulho existencial que faz pesar a nossa vida: Defeitos e manias de estimação, coleções de melindres e implicâncias, conjuntos de mágoas e ressentimentos, jogos de personalismos e dominação, monturos de inimizades e antipatias, muletas comportamentais, arquivos de desentendimentos, anais de mal-entendidos e maledicências, excentricidades, futilidades, preconceitos, dogmas, intolerâncias, invencionices, psicoses… Entulhos da alma que nada somam, assomam em dificuldades, distúrbios e insanidades do espírito humano.


Assim, sobrevivemos a lamentar a falta de tempo, de dinheiro, as incompreensões, incompatibilidades, distonias, inaceitações… E vamos terceirizando culpas, afinal, “o inferno são os outros”, como disse Sartre. E isso não tem solução? ... Tem sim, está dentro de mim, de você, dele, dela... Desentulha gente!


Antonio Pereira Apon.

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Antonio Pereira Apon

Autor do poema: A pedra. O distraído nela tropeçou... Procurando escrever em prosa e verso com a arte da vida.

4 Comentários

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  1. Olá, António!

    Mais um fabuloso texto em que dás nas "cabeças" de todo o mundo, incluindo na tua, e com toda a razão.
    Mais do que deitar fora o lixo, o entulho de coisas materiais, o importante será ficarmos limpos de corpo e alma, portanto, desentulhados. Mas será que alguém consegue isso?

    A pintura é "medonha", entulho e mais entulho, que só findará no fim desse sistema.

    Abracinho, menino!

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    Respostas
    1. Já basta o peso natural e inevitável da vida, não devemos nos sobrecarregar com o insensato sobrepeso de nossos desatinos. Desentulhar vamos, querendo ou não, a lei da evolução nos levará a isso. Mas quando? Esse o problema. Quanto mais tardamos, pior para nós mesmos.

      Um abraço e bom fim de semana.

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  2. Que conscientização essa, eu amo poder desentulhar, ser livre, sem apegos, tenho sim conforto, mas nada exagerado, tudo dentro dos limites do meu jeito de poder administrar bem minha vida, amo essa sensação de liberdade!
    A Vida leve é tudo de bom!
    Abraços meu amigo poeta!Amei ler aqui!

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    Respostas
    1. "Tudo demais são sobras", diz o ditado. E alguém já disse: "menos é mais". Mais ser e menos ter...

      Um abraço.

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