Os pais e o dia das crianças



... você já deve ter comprado ou está pensando no que vai dar a seu filho no 12 de outubro, sobretudo se você é daqueles que não mede sacrifícios para agradar seu rebento, quer que seu pimpolho tenha tudo o que você não teve...



Antonio Pereira Apon.
#PraCegoVer: Conteúdo saindo da tela do computador.

Um dos grandes estratagemas do capitalismo é nos manter escravos do calendário, cativos das famosas "datas comemorativas". Está chegando o dia das crianças e você já deve ter comprado ou está pensando no que vai dar a(os) seu(s) filho(s) no 12 de outubro, sobretudo se você é daqueles que não mede sacrifícios para agradar seu(s) rebento(s), quer que seu(s) pimpolho(s) tenha(m) tudo o que você não teve...


Muitos de nós procura dar tudo o que os filhos querem, mas quantas vezes paramos para refletir se estamos lhes dando o que precisam? Reparamos que o filho de Fulano é cheio de vontades, o filho de Cicrano é muito mimado, o de Beltrano é mal educado, o do outro não tem limites... E nós? Estamos cuidando para não incorrer nos mesmos erros?


A vida moderna vai nos empurrando para a coisificação das relações familiares, onde damos muito das coisas e pouco de nós. Absorvidos pelos nossos (inadiáveis)?) afazeres. Inconscientemente (ou não), vamos "empurrando com a barriga" a criação dos filhos: a quanto tempo vocês não param para conversar? Quem são os amigos? Com quem andam? Quando você visitou a escola pela última vez? No dia da matrícula? ...


Sem perceber, vamos nos tornando meros coadjuvantes, mantenedores... Quando acordamos, nos deparamos com o(s) desconhecido(s) e querido(s) filhinho(s).


Não é raro vermos jovens que sempre tiveram tudo o que quiseram, se tornarem pessoas desprovidas de ética, respeito ao próximo, amor, cidadania. Egoístas e egocêntricos, acham que "os fins (sempre) justificam os meios".


Não estamos aqui sugerindo que não se dê presentes, que se ignore as tais datas comemorativas. Mas que estejamos muito atentos, que sejamos mais conscientes, consequentes e sensatos. Refletindo bem, antes de fazer o "possível e o impossível", "colocar o chapéu onde a mão não alcança", gastar o que não se tem... ...


Carro de controle remoto.


Postado em 06 de outubro de 2007.


Antonio Pereira Apon

Autor do poema: A pedra. O distraído nela tropeçou... Procurando escrever em prosa e verso com a arte da vida.

18 Comentários

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  1. Olá, Antonio! É a família o celeiro do caráter, da formação dos futuros cidadãos! Vejo que sua colocação é hiperatual, pois o "dar coisas" supera o "ser gente" consciente. Assumir todo o kit da formação de filhos, nem todos estão preparados. É mais fácil despejá-los em creches, escolas, shoppings, que assumir o legado da criação. Infelizmente, vê-se muito isso! Quando não, até descartados em caçambas, em sacolas plásticas como "presente de grego" que irresponsáveis receberam após ato sexual meramente pelo prazer do ato. É para se pensar mesmo e muito! Olhe na sua criança, converse com ela, ouça-a; com certeza sua visão será outra! Parabéns pela pertinente reflexão!
    [ ] Célia.

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  2. Olá Querido António,

    Mais um bonito, interessante e reflexivo texto.
    Na realidade, a sociedade, o marketing, em geral, cria dia pra tudo, mas não sei se há "O DIA DA SOLIDARIEDADE"?
    Uma forma de vender, desalmadamente,
    esquecendo os grandes valores.
    Será que prenda substitui amor, atenção e carinho?
    Claro,que não.

    Beijos de luz.

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  3. Não tenho filhos, mas percebo que os pais cada vez mais envolvidos com sua vida profissional e sem tempo para a família, tenta compensar sentimento com coisas. E acho que acaba nisso que expôs no seu post.

    Beijocas

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  4. Poeta

    passando para agradecer o carinho da visita.
    Estou seguindo e vou voltar com mais tempo.

    Um beijinho
    Sonhadora

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  5. Olá Antonio, quando meus filhos eram crianças eu passei muitas dificuldades para cria-los e tinha uma preocupação que a televisão que assistiam muito, por conta de eu trabalhar fora os fizessem consumistas, a Xuxa na época era a hora da vez, tudo tinha a marca Xuxa, um dia chegando em casa, minha filha comentou comigo, mãe tu vistes a botinha da Xuxa, eu disse, vi e não gostei, ela falou pra irmazinha, viu mana, eu te disse que ela não era bonita, hehe, e assim começou minha batalha do anti consumismo, o que foi muito produtivo, pois nenhum dos meus filhos é consumista. abraços, parabéns pelo artigo.

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  6. Querido amigo Antonio,

    Um texto alerta muito consciente! Tive , em criança, todos os brinquedos que qualquer criança gostaria de ter, mas os valores e o cuidado em relação a minha formação moral e ética, na formação do caráter e reais valores foram sempre muito precisos, delimitados e exigidos ( da minha geração, era quase uma regra cumprida a risca). Foi uma educação muito exigida por meus pais e que eu soube corresponder de forma sempre obediente. De forma que a inocência ( tenho 55 anos) daqueles tempos era tanta que nem precisávamos pedir ( aliás nem era costume pedir! Enfim, apesar dos brinquedos e mimos tive uma educação muito observada, criteriosa e exigida, no que não resultou nenhum efeito colateral negativo descrito no texto, felizmente. Tive pesos e medidas nos mimos e na educação . Tenho duas filhas adultas que também corresponderam a educação dada por mim e pelo pai. Mas os tempos eram outros e a minha observação teve que ser bem maior e a vigília também ( até em relação ao pai, sempre disposto a satisfazer os caprichos das filhas e eu impunha maior rigidez, da avó e dos próprios colégios e professores mais liberais do que eu). Passei a não mais ir as reuniões escolares porque era até um constrangimento durante toda a vida escolar das minhas filhas eram apresentadas como meninas modelos e costumava me constranger. De forma que por sorte e por minha parte também as expectativas se superaram neste quesito. Tudo é questão de saber se conduzir bem na própria vida e em família para poder conduzir bem e melhor a educação dos filhos. Creio que minhas filhas já têm uma base boa e firme para educar as suas futuras proles e espero que também saibam lutar ( como eu sempre lutei) contra este sistema terrível, controlador, massificador e perigoso para a família e a sociedade que vivemos. O meu amor nunca foi cego, mas com mil olhos de amor e zelo.



    Beijos com carinho amigo! Obrigada por esta providencial e sempre oportuna postagem

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  7. Subscrevo na integra a sua reflexão, António Pereira! Também dou aulas numa escola e sei que os tais “mimos” em demasia, como os telemóveis topo de gama e outros acessórios dispensáveis, fabricam príncipes artificiais………Um abraço

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  8. Bom dia Célia!

    A “terceirização” no cuidar dos filhos tem sido desastrosa. A fuga ou omissão no que se refere e a responsabilidade de orientar corretamente os jovens e a vã substituição dos afetos por prendas materiais, vem distorcendo e depravando as relações.

    Um abração.

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  9. Bom dia Luz!

    Vivemos uma tortuosa inversão de valores, a materialização das relações familiares, subordinando o ser ao ter. Triste sociedade guiada por modismos e marketing.

    Um abração.

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  10. Bom dia Dama de Cinzas!

    É a coisificação das relações familiares. Triste.

    Um abração.

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  11. Bom dia Eva!

    Assim é que se educa. A orientação dos pais é primordial. O grande compromisso das TVs é com o lucro e a audiência, seja lá como for.

    Um abração.

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  12. Bom dia Desnuda!

    É isso. O problema não está no dar coisas. Mas na substituição dos afetos e educação doméstica, pelos artifícios das materialidades, trocando o ser pelo ter.

    Um abração.

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  13. Bom dia Xará!

    “Príncipes artificiais”, fúteis, alienados e superficiais.

    Um abração.

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  14. Boa tarde, Antônio.Concordo plenamente com o texto, em gênero, número e grau.
    Devemos em primeiro lugar nos importar com a criação moral, de valores, o que ensinamos para os nossos filhos.
    Ter em pauta sempre o diálogo, não importando que assunto seja, pois todos os temas têm de ser abordados sem preconceito, para que os filhos creçam conscientes de suas responsabilidades, direitos, o que devem ou não fazer, o que é bom ou não.
    Tem valores que serão sempre absolutos, o certo sempre será o certo, e o errado de igual modo, independentemente da mentalidade de cada pai.
    Temos de ter o cuidado na presença, no ouvir, no falar francamente.
    Filhos, mesmo sendo bem educados, vez em quando seguem o caminho do mal,imagina então quando não são.
    Está muito complicado criar no mundo de hoje.Temos de mostrar interesse, dar limite, criar com responsabilidade, e liberdade vigiada.
    As coisas materiais são importantes, porém não são o que formam um caráter digno.
    Não é dando o que não se pode, ou até o que se pode, que iremos agradar o nosso filho, ou tentar preencher alguma falta de tempo.
    Mesmo os pais atarefados demais, quando querem realmente, encontram espaço para os seus filhos.
    Na minha opinião, é uma questão prioritária.
    Amor e limites em primeiro lugar, para que o adulto de amanhã, não seja despreparado em suas relações, sejam elas de qualquer tipo.
    Parabéns!
    Ficaria eu escrevendo, escrevendo...
    Beijo grande, e fique com Deus!

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  15. Boa tarde, António
    Tenho visto comentários seus que me deram vontade de conhecer o seu espaço.
    Por isso aqui estou.
    Gostei muito do seu blog.
    Este último post é muito interessante.
    Só a título de curiosidade digo-lhe que em Portugal celebramos o Dia da Criança a 1 de Junho.
    E certamente vc sabe que o Dia da Criança foi comemorado, no mundo inteiro a 1 de junho de 1950.
    Depois disso os países adotaram cada qual o seu dia.
    Já publiquei um post explicando tudo isto em pormenor.
    Mas.. o que está aqui em causa não é o ser num dia ou noutro, mas sim a forma como, hoje em dia, educamos as nossas crianças.
    Educamos ou deseducamos? Talvez seja mais acertado dizermos que não os estamos preparando convenientemente para serem adultos conscientes, válidos, úteis à sociedade.
    Não vou alongar-me mais... até porque vc diz tudo no seu post :)

    Se vc me permite vou fazer-me sua
    seguidora e continuar a visitá-lo.
    Se quiser seguir-me também dar-me-á muito prazer.

    Continuação de boa semana. Beijinhos

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  16. Boa tarde Patricia!
    Dar coisas sem dar de si. Deseduca e desorienta. Põe o ter acima do ser. É a coisificação das relações humanas.

    Um abração.

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  17. Boa tarde Mariazita!

    Independente da data oficial. Todo dia deveria ser dia de educar melhor nossas crianças e jovens. Mas, educar de verdade, sem barganhar afetos, nem terceirizar responsabilidades.

    Seja bem-vinda! Espero que goste do Blog. Estou indo lá visitar o seu.

    Um abração.

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  18. Olá Mariazita!

    Tentei visitar seu Blog mas está dando um aviso de problemas. Voltarei lá depois.

    Um abração.

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