Feliz aniversário, São Salvador da Bahia; de Todos os Santos, Orixás, encantos, cantos, améns e axés

29 de março, fundação de Salvador, a "Roma negra", eterna cidade da Bahia, primeira capital do Brasil.

Você já foi à Bahia? Não? Então vá!” Caymmi tinha toda razão. Então, venha conhecer um pouco da História de Salvador, a eterna “Cidade da Bahia”:

29 de março de 1549, data oficial da fundação de Salvador. Tomé de Souza, primeiro governador geral do Brasil, desembarca no antigo Arraial do Pereira, a Vila Velha, hoje Praia do Porto da Barra, com a incumbência de fundar uma cidade fortaleza para defender os interesses da coroa portuguesa, protegendo o território brasileiro das invasões estrangeiras.

Naquela região, viviam os índios tupinambás, onde, em 1501, Gonçalo Coelho, se entendeu com estes, instalando um marco português, a Ponta do Padrão, na entrada da Baía de Todos os Santos, exatamente, onde mais tarde, seria edificado o atual Farol da Barra. Era 1º de novembro, dia de Todos os Santos, o que inspirou o nome da baía.

Dos poucos sobreviventes do naufrágio de um navio, supostamente francês, lá por 1509, Diogo Álvares Correa, o Caramuru, estabeleceu o primeiro povoamento com europeus. Ele e sua esposa, a índia Paraguaçu, batizada com o nome de Catarina, construirão uma capela para Nossa Senhora da Graça em1534. Nesse mesmo ano, , a capitania da Bahia de Todos os Santos foi doada a Francisco Pereira Coutinho, lançando os rudimentos da futura cidade.

Com a derrocada do sistema de capitanias e a morte de Pereira Coutinho em 1548, Dom João III, decide efetivar a colonização. Assim, em 1549, a fundação da primeira capital, planejada para ser o centro administrativo da colônia e uma das primeiras cidades planejadas das Américas; nessa época, Salvador já conta com cerca de cinco igrejas: Graça, Vitória, Escada, Conceição da Praia e Ajuda; que em 1552, tornou-se a primeira catedral do Brasil.

Como forma de proteção, da Vila Velha, na parte baixa, a cidade subiu as encostas, dividido-se em duas: cidade baixa e cidade alta, assemelhando-se a grega Atenas e a italiana Gênova.

Capital brasileira até 1763, perdeu a posição para o Rio de Janeiro. Sem abrir mão de sua rica História; transforma-se, incorporando passado e presente, mesclando de forma singular; culturas e etnias em fazeres e artes tão plurais;música, dança, literatura, culinária... O velho e o novo, branco, negro e índio; tudo se confunde, mistura e inova na eterna Cidade da Bahia, nossa grande Soterópolis; do grego: "Soteros" = "salvador" e "polis" = cidade, portanto, quem nasce em Salvador, é soteropolitano; cheio da graça do Jesus Salvador, Senhor do Bonfim, para quem tem fé e sobe a pé a Colina Sagrada ou reverencia Oxalá. Sincrética, eclética, cidade da música São Salvador da Bahia; de Todos os Santos, Orixás, encantos, cantos, améns e axés.

Arquitetura, belezas naturais e entre outras riquezas, o Pelourinho, patrimônio Histórico e Artístico da Humanidade. O "Pelô", para os mais chegados. Sem esquecer o Elevador Lacerda,e outros ascensores que enchem de poesia e engenho o sobe e desce da cidade em dois andares; o Mercado Modelo, ressurgido das cinzas de dois incêndios, mudou, virou um animado centro de artesanato e variadas manifestações artísticas.

Fortificações, igrejas e os mais diversos monumentos, desenham a paisagem entre as ladeiras e a ginga de uma gente cheia de dendê e dengo na alma. “A terra do branco mulato, a terra do preto doutor”, como magistralmente cantou Caymmi.