Coisa de criança


Cata-ventos. #PraCegoVer

Na dicotomia entre "coisa de adulto" e "coisa de criança", vamos trancando, maltratando nossa criança interior. Para não nos sentirmos infantilizados, assumimos a postura infantil de abrir mão da ludicidade, da simplicidade, espontaneidade e outras tantas coisinhas que trazem felicidade, bem-estar, leveza, suavidade para o viver. Depois: entristecidos, deprimidos, ensimesmados... Negamos o menino, a menina que tenta sobreviver dentro de cada um de nós. Apercebidos que felicidade é bem, "coisa de criança"; da nossa criança que quer brincar, viver.

Um menino empinando o tempo,
pipa, rabiola bailando no ar;
seu brinquedo que galopa o vento.
Outro traz um colorido catavento,
aquele, solta matizadas bolhas de sabão,
fantasia a flutuar.
Meninos, meninas no balanço,
cirandas, cantilenas, o pião a cirandar;
picula, esconde-esconde, baleô, amarelinha...
Coisa de criança a recrear.
Tudo é riso e num riso,tudo passa,
feliz a vida abraça,
quem vive da infância o brincar.

Mas, um dia essa gente cresce,
tranca o riso e se esquece,
desaprende a brincadejar,
prende sua criança traquina,
se doutrina a encarrancar;
cai na ciranda da rotina
e no carrossel da pressa,
se apreça a resmungar.
Fica triste, mas insiste;
abre mão da linha que empinava o tempo,
abdica do lúdico catavento,
desiste dos sonhos como das bolhas de sabão,
desaprende a cantar, cirandar, girar o pião;
não brinca, não transige
e já não vive.
Apenas finge;
Interpreta o seu adulto papel.
O resto?
É coisa de criança.


Se ainda não se inscreveu, inscreva-se em nosso canal, clique no sininho para escolher receber nossas notificações, ser avisado(a) dos vídeos novos. E não esqueça de dar seus likes. Conto com você! Obrigado.


Antonio Pereira Apon.

Siga-nos

Dê uma espiadinha em nossas postagens mais recentes:


Antonio Pereira Apon

Autor do poema: A pedra. O distraído nela tropeçou... Procurando escrever em prosa e verso com a arte da vida.

5 Comentários

Obrigado por sua visita. Agora que terminou a leitura, que tal deixar seu comentário na caixa de comentários abaixo? Sua interação é muito importante. Obrigado.

  1. Olá, querido Tonico!

    Que poema maravilhoso e tão realista!
    Nós esquecemos o tempo em que fomos crianças e em que tudo fazíamos com naturalidade e ingenuidade. Não deveria ser assim, mas infelizmente arranjamos problemas que se fôssemos crianças resolveríamos num abrir e fechar de olhos.

    Trancar o riso e sorriso, jamais. Continuemos crianças, interiormente, já que com o tempo crescemos e nos tornamos adultos, que muitas vezes desaprendem de sonhar e de "brincar".

    Beijos e bom final de semana.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Desaprendemos e nos perdemos da poesia da vida e para não parecermos infantis, nos travestimos de adultos, ostentando patéticas e infantilizadas máscaras que sonegam felicidade, suavidade e beleza ao viver.

      Um fim de semana com todo o bem possível e uma semana a contento.

      Um grande abraço.
      Leia mais em nosso Blog: https://www.aponarte.com.br

      Excluir
    2. Tens razão, Tonico.

      Por que desaprendemos nós a beleza da vida, a ingenuidade e a própria poesia que nosso existir tem?
      Rimos sem vontade, somos exageradamente gentis, mesmo quando não nos apetece ser, enfim, máscaras todos os dias, mas não pelo vírus. É uma tristeza.

      Beijos e tudo de bom.

      Excluir
    3. A imagem do post é bem linda e infantil. Aqui, em Portugal se chama ventarola, porque roda com o vento. E aí?
      Que saudades!

      Beijos e dias felizes.

      Excluir
    4. As convenções da idade adulta, antropofágicas, vão nos devorando a infância, nos tornando artificiais e artificiosos. Infelizmente é assim.

      A ventarola daí, aqui, se chama cata-vento.

      Um abraço. Tudo de bom.
      APON NA ARTE DA VIDA 💗 Textos para sentir e pensar & Nossos Vídeos no Youtube.

      Excluir
Postagem Anterior Próxima Postagem

Pular para comentários.


Clique na imagem acima para ler uma postagem sorteada especialmente para você.


Clique para ler: A pedra.            Poema de Antonio Pereira Apon.

Clique na imagem do escultor para ler: A pedra. Nosso poema que tem sido plagiado.




Fale conosco.


Assista nossos vídeos, inscreva-se no Apon na arte do viver.



Se ainda não se inscreveu, inscreva-se em nosso canal, clique no sininho para escolher receber nossas notificações, ser avisado(a) dos vídeos novos. E não esqueça de dar seus likes. Conto com você! Obrigado.