Querer


Balões.

Não,

Não queira impor à vida

O seu querer;

e quando o querer do destino

divergir do seu...

Não fique triste, nem deixe de querer.

Todo querer

deve ser uma opção a mais,

jamais uma inexorável sentença.

Não seja o seu querer

o querer dos ditadores,

nem o dos fanáticos;

não seja indevido

como o querer de um salteador,

nem fútil quanto o dos esnobes.

Não seja obscecado em um querer,

cultive quereres diversos

na fecunda lavoura das possibilidades,

o tempo

é o grande lidador dos quereres

e Deus é o grande artífice do tempo.



Postado aqui em 26 de julho de 2007.


Antonio Pereira Apon.

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Antonio Pereira Apon

Autor do poema: A pedra. O distraído nela tropeçou... Procurando escrever em prosa e verso com a arte da vida.

6 Comentários

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  1. Oi, meu benzinho-rs!

    Esse post já tem um comentário da Cidália, a k ainda não respondeste.

    Bem, esse poema é a tua cara e a maneira como achas, k as nossas atitudes devem ser. Caramba, Tonico, a gente querer algo ou alguém e esperar, esperar, até que venha a mulher da fava rica, expressão portuguesa.

    Eu sei k o tempo tudo determina, mas, por vezes, o tempo leva mto tempo. Vê lá, se vais andando com o "negócio" - rs pra frente.

    Abração. Chega -rs?

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Muitas vezes paradoxais, o querer e o poder. As circunstancias escrevendo o tempo, reescrevendo destinos e possibilidades.

      Aqui a explicação ou a absoluta falta de explicação do querer, do tempo...

      https://www.youtube.com/watch?v=BJAkeUvCL1s

      O Quereres
      Caetano Veloso

      Onde queres revólver, sou coqueiro
      E onde queres dinheiro, sou paixão
      Onde queres descanso, sou desejo
      E onde sou só desejo, queres não
      E onde não queres nada, nada falta
      E onde voas bem alto, eu sou o chão
      E onde pisas o chão, minha alma salta
      E ganha liberdade na amplidão
      Onde queres família, sou maluco
      E onde queres romântico, burguês
      Onde queres Leblon, sou Pernambuco
      E onde queres eunuco, garanhão
      Onde queres o sim e o não, talvez
      E onde vês, eu não vislumbro razão
      Onde o queres o lobo, eu sou o irmão
      E onde queres cowboy, eu sou chinês
      Ah! Bruta flor do querer
      Ah! Bruta flor, bruta flor
      Onde queres o ato, eu sou o espírito
      E onde queres ternura, eu sou tesão
      Onde queres o livre, decassílabo
      E onde buscas o anjo, sou mulher
      Onde queres prazer, sou o que dói
      E onde queres tortura, mansidão
      Onde queres um lar, revolução
      E onde queres bandido, sou herói
      Eu queria querer-te amar o amor
      Construir-nos dulcíssima prisão
      Encontrar a mais justa adequação
      Tudo métrica e rima e nunca dor
      Mas a vida é real e é de viés
      E vê só que cilada o amor me armou
      Eu te quero (e não queres) como sou
      Não te quero (e não queres) como és
      Ah! Bruta flor do querer
      Ah! Bruta flor, bruta flor
      Onde queres comício, flipper-vídeo
      E onde queres romance, rock'n roll
      Onde queres a lua, eu sou o sol
      E onde a pura natura, o inseticídio
      Onde queres mistério, eu sou a luz
      E onde queres um canto, o mundo inteiro
      Onde queres quaresma, fevereiro
      E onde queres coqueiro, eu sou obus
      O quereres estares sempre a fim
      Do que em mim é de mim tão desigual
      Faz-me querer-te bem, querer-te mal
      Bem a ti, mal ao quereres assim
      Infinitivamente pessoal
      E eu querendo querer-te sem ter fim
      E, querendo-te, aprender o total
      Do querer que há, e do que não há em mim


      Mais do que ninguém, quero o querer vencendo o tempo.

      Um abraço. Inté!

      Excluir
    2. Oi, Tonico!

      Pensava k não tinha comentado esse post, mas afinal comentei
      Gostei da letra e da interpretação. De facto, o querer ou os quereres são contraditórios, inexplicáveis e até paradoxais.

      Beijão, minino!

      Excluir
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