Parlamento sim, pra lamento, não; parlamentar, si, pra lamentar, mais não. Com o nosso centrão na mira, não vai dar mais pra enganar. Menos circo sem graça, desgraçada lacração. A gente diz o que se quer ouvir, põe Deus no meio que é pra confundir; o que não é, a gente inventa, o resto a gente aumenta, vai toando...

Pra começar,
abocanhar o orçamento;
arrumar jabuticaba,
que é pra empoderar o pra lamento.
A decência,
o pra lamentar afronta,
se o povo paga a conta,
apronta a emendar.
Legisla em causa própria,
rende graças a seu santo padroeiro,
o sistema financeiro;
sua forte devoção.
Nada de taxar milionário!
Senão, não se paga a eleição.
Arrocha o trabalhador perdulário,
que quer saúde, segurança e educação.
E o malandro do aposentado.
Absurdo!
quer manter seu caraminguá ao mínimo vinculado.
Jogar pro pobre rico a taxação.
Parlamento sim,
pra lamento, não;
parlamentar, si,
pra lamentar, mais não.
Menos circo sem graça,
desgraçada lacração.
Desonerar o assalariado?
Você deixe de marmota.
Nesse projeto, um jabuti bem enfiado,
a conta,
na goela do povo a gente bota.
A verdade?
Essa, pouco importa;
bem disfarçada a maldade,
com uma parca ração de bondade,
o gado na gente vota.
Parlamento sim,
pra lamento, não;
parlamentar, si,
pra lamentar, mais não.
Menos circo sem graça,
desgraçada lacração.
A gente diz o que se quer ouvir,
põe Deus no meio que é pra confundir;
o que não é, a gente inventa,
o resto a gente aumenta,
vai toando enganação.
Parlamento sim,
pra lamento, não;
parlamentar, si,
pra lamentar, mais não.
Menos circo sem graça,
desgraçada lacração.
Enquanto o povo tão tolinho,
se deixa troçar de bobinho,
a gente faz a boiada passar.
Mas se um dia a plebe acorda,
resolve respostar na urna,
vai desbaratar a nossa turma,
desratizar a politiqueira furna;
com o nosso centrão na mira,
não vai dar mais pra enganar.
Vai ter parlamento,
sem pra lamento;
parlamentar,
sem ser pra lamentar.
Parlamento sim,
pra lamento, não;
parlamentar, si,
pra lamentar, mais não.
Menos circo sem graça,
desgraçada lacração.