Sempre oportuna reflexão: Meninos e meninas do Brasil


Ilustração oficial do blog - Uma rosa vermelha na diagonal, sobre um fractal do por do sol, com o nome Apon em relevo, na parte inferior da imagem. #PraCegoVer

O que faz de teus filhos sociedade?

De teus meninos?

De tuas meninas?

Os inconsequentes

conceitos dos folhetins

entorpecem a massa

com as ilusões de seus clichês;

entre um drink e uma tragada

tem sempre um "love" a mais.

O lixo pseudomusical

prostitui a consciência

alienada e ébria

sob a batida lasciva e gutural dos "bailes"

onde rebolam as...

Meninas

fecham os olhos

e abrem as pernas.

Mas, diverso das novelas:

Trazem ao mundo

herdeiros da desgraça humana

ou abortam suas crias

como quem joga fora

algo incômodo e descartável.

Estão lá, nas vitrines das ruas

como objeto barato,

souvenir sexual;

se vendem por tão pouco

ou por nada,

muitas vezes levando pancada

de quem lhe sorve o prazer

ou do tal cafetão

que recebe na mão

o que o HIV, o HPV

ou qualquer DST

ainda não consumiu.

Meninos e meninas do Brasil

cheiram o pó

que sem dó,

lhes corrói o septo nasal

(o pau do nariz),

para que entendam

os que nada leem além de gibi

(dos fininhos)

para não cansar o intelecto,

não sobrecarregar "Tico e Teco"

com a "filosofia" dos quadrinhos.

Para ter tênis de marca

ou roupa de grife,

tomam por cartão

um três oitão

ou algo mais potente.

Escola?

Estudar para quê?

Se qualquer um

faz um batuque qualquer e vira astro,

se basta dar uma rebolada

para virar estrela de TV,

se tem tanta gente

com tanto estudo

penando na vida.

Escola é aeroporto

pros aviões do tráfico

que trafegam e traficam,

pousando e decolando,

levantando o fumacê.

A cola,

a pedra...

Uma "Cidade de Deus" em cada esquina

prenunciando

o "Carandiru" de cada existência marginal.

A bala perdida

acha um peito inocente para sangrar;

seja menino,

ou seja, menina

"democrático" drama das "selvas de pedra",

assim "subvivem" ou perecem

nossos meninos e meninas

nas sinaleiras

sempre vermelhas para a vida,

verdes para a morte.

Sob o velho jornal

na noite fria

repousa o hoje sem amanhã

fazendo sexo

como os irracionais no cio,

violentando a própria violência.

Mas não tem problema não;

tem campanha eleitoral,

tem futebol,

tem carnaval

para anestesiar toda dor

e continuarmos sendo

o eterno país do futuro

onde pobres são pobres,

negros são negros,

guetos são guetos

e os ricos

tentam fazer parte de uma outra História.

Mas, a bala perdida desconhece etnia ou classe social,

ignora credo ou ideologia;

espirra sangue

nos andrajos da plebe

e nos tecidos "Hi Tec" dos abastados.

Excluídos

meninos e meninas:

drogados,

prostituídos,

deserdados da dignidade e da sorte,

seguem

no féretro das desigualdades,

na procissão sórdida da inconsciência,

arrastando

nas sarjetas das metrópoles

a vergonha que falta na cara dos omissos.

Assim vão os meninos e meninas

não só do Brasil,

não só do terceiro mundo...

Daqui,

dali,

de alhures,

dos quintos dos infernos,

de onde se perdeu

o sentido da expressão:

Ser humano.


Antonio Pereira Apon.

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Antonio Pereira Apon

Autor do poema: A pedra. O distraído nela tropeçou... Procurando escrever em prosa e verso com a arte da vida.

2 Comentários

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  1. Boa tarde!
    Como foi gostoso ler e ao mesmo tempo ouvir esse maravilhoso texto.

    Parabens...Poeta!

    Receba meu abraço...
    vera portella

    ResponderExcluir
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Clique para ler: A pedra.            Poema de Antonio Pereira Apon.




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