Águas passadas

Entre o passado e o futuro, existe uma dádiva de tempo, apropriadamente chamada de presente. Bem aproveitado, esse presente, valoriza as lições pretéritas e otimiza as expectativas do porvir. É no presente que acontecemos e fazemos acontecer. Ou não!

Com justa sabedoria nos diz o dito popular: “Águas passadas não movem moinho” e nessa mesma linha, Heráclito de Éfeso: “Nenhum homem pode banhar-se duas vezes no mesmo rio... pois na segunda vez o rio já não é o mesmo, nem tão pouco o homem”. O tempo passa como a água corrente, que não reverte seu fluxo em favor ou desfavor de ninguém. Simplesmente, segue seu curso natural, aproveitemos ou não.

O grande problema, é que a apercepção humana, nos leva a desaproveitar o tempo; “altistas”, ruminamos o passado ou estagnamos, delirando nas expectações futuras. Assim, desperdiçamos possibilidades e oportunidades, agendando inevitáveis desilusões e compulsórias frustrações. Enquanto alguns de nós almejam a sorte e aguardam milagres, outros trabalham, se esforçam para fazer acontecer.

Tempo perdido, águas passadas… A roda da vida, não costuma contemplar o desperdício, gira a mó do destino; moendo, triturando, tornando ao pó, quem do pó talvez jamais tenha saído.