Navegar é preciso, impreciso o tardar

A vida é o barco, o mar é o viver; o tempo, o vento que nos sopra e o destino, o cais, porto de onde se vem , para onde se vai. Quem não deixa um porto, fundeado nas comodidades das ilusões, sonega-se o viver. Navegar é preciso, impreciso o tardar.
O barco da vida, no mar do viver, soprado pelo tempo; avança entre a brisa calma dos momentos felizes e as tormentas adversas: aprende, ensina, se fortalece, descobre que, dando bom proveito aos ventos favoráveis e dominando as intempéries, tira das mãos do acaso, o traçado do seu destino. Escolhe o porto, encontra um rumo, pro querer do seu querer.

Em cada cais, a vida se reabastece e se refaz; em cada destino, a descoberta de algo mais, atinar em cada fim um novo começo, o infindo recomeço no grande mar do viver, o ir e vir de suas ondas ensinando aos navegantes, a arte de saber passar. Vencer as correntes contrárias, superar obstáculos internos e externos, dominar dominando-se, sobrevivendo e sobretudo, vivendo. Afinal, navegar é preciso, impreciso o tardar.