Aquele natal


Presépio.

Naquele lugar, naquela noite, não havia uma mesa farta; nada de panetone, peru, vinho, nozes... As estrelas do céu eram o único "adorno"; nada de árvore enfeitada, guirlanda, sininho dourado. Ninguém ali, ansiava por um carro zero, uma tela de plasma ou LCD, um MP4, um computador top de linha, celular de última geração, roupa de grife...


Aquela família, não foi ao shopping, não trocou presentes (nem mesmo um cartãozinho, desses que custam centavos), não participou de nenhum "amigo secreto", não deu nem recebeu uma "cesta de natal". Naquela noite, não aconteceu a "missa do galo", nem outra qualquer celebração natalina. Mesmo assim, aquele casal e seu filho, protagonizaram o maior natal de todos os tempos, o natal que dividiu a História.


É sempre oportuna a reflexão acerca daquele primeiro natal, do sentido da sua comemoração: Hoje nos angustiamos, quando nosso salário é menor que nossos desejos de consumo, entristecemos ante a impossibilidade de um fausto banquete natalino, vivemos a frustração de não conseguir atender a todas as necessidades desnecessárias, criadas pelo marketing. Vivemos a ilusão de poder "comprar" um feliz natal, um natal cada vez mais perto do "papai Noel" e mais distante do "Menino Jesus", um natal, onde o "mantra" do consumo embota o discurso da fraternidade e do amor ao próximo, acentuando o contraste entre ricos e pobres.


Um feliz natal, não deve estar condicionado ao que podemos ter, a felicidade é um estado de espírito, é um atributo da alma, não está atrelado ao bolso nem à conta bancária. Alegria de artifício está à venda em todo lugar, mas felicidade de verdade não tem preço, é uma construção interior. Portanto, um natal feliz, não está necessariamente em ter coisas, mas em apesar de não tê-las, não abdicar do sorrir, pois, se temos ciência do que queremos, Deus tem a consciência do que precisamos, se Noel é um mito, o Cristo Jesus é uma certeza, no coração da cristandade.


Postado aqui em 05 de agosto de 2007.

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Antonio Pereira Apon.

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Antonio Pereira Apon

Autor do poema: A pedra. O distraído nela tropeçou... Procurando escrever em prosa e verso com a arte da vida.

4 Comentários

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  1. Bom dia meu amigo!
    Lindíssimo texto, que sensibilidade, que reflexão plena de verdade!
    Assim penso também, mas a vida em sociedade sempre nos leva para caminhos não tão magnificamente lindo assim, pois é, principalmente as crianças que esperam sim o Papai Noel no lugar de um Menino Jesus, é uma pena, mas é assim!
    Querido amigo, ainda bem que crescemos e entendemos os verdadeiros valores da vida, embora nem todos, mas um dia com certeza todos entenderão!
    Grande abraço!

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    Respostas
    1. Coisificado o natal, muitos nem lembram de Jesus. Esquecem do sentido real da celebração.

      Obrigado Ivone.

      Um abração.

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  2. Antônio,

    Que lindo texto! Quanta verdade! Teu texto me transportou para uma época bem distante, época em que vivíamos o verdadeiro significado do Natal. Que saudade desse tempo meu amigo. Poucas são as pessoas que ainda existem e são testemunhas desse tempo. Tempo em que não tínhamos peru a mesa, nem tão pouco o brilho e as luzes das árvores de Natal de hoje, mas havia amor, solidariedade e fraternidade entre as pessoas. Sinto meu coração sufocado pela saudade e meus olhos molhados, mas devo agradecer a você por esse texto, presente de Natal.
    Obrigada, amigo. Um abraço.

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    1. Cada vez mais atidos no ter, perdemos o sentido do ser. O nosso ser, o ser do natal, o ser das lições do aniversariante desse dia. Jesus perdeu o protagonismo natalino para o mito mercadologico do Papai Noel.

      Obrigado Zélia.

      Um abração e um bom fim de semana.

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