Eu, meu todo e minhas partes

Frigidez e orgasmo, arrebatamento e marasmo, alívio e dor. Sou moderno e antiquado, a moldura e o quadro, o escrito e o escritor. A chave e a fechadura...


A imagem mostra uma pilha de peças de quebra-cabeça. A maioria das peças é de cor azul, mas há algumas com tons de rosa, roxo e verde. As peças estão misturadas e espalhadas, prontas para serem montadas. #PraCegoVer #ParaTodosVerem

Sou meu saber e minha ignorância,

maturidade e infância,

sou plural e singular.


Sou gaiola e passarinho,

O caminhar e o caminho,

Meu dizer e meu calar.


Sou água e também vinho,

arrumação e desalinho,

recatado e pecador.


Sou a chuva e a estiagem,

sou real e sou miragem,

pragmático e sonhador.


Sou inverno e verão,

razão e coração

sou todas e nenhuma estação.


Sou o cheio e o vazio,

a fome e o fastio,

o desprezo e o querer.


Sou desamparo e esteio,

o trabalho e o passeio,

o crer e o duvidar.


Sou lume e escuridão,

grão, amplidão,

sou céu, entretanto chão.


Sou o certo e o incerto,

tolo e esperto,

vitorioso e perdedor.


Sou a frigidez e o orgasmo,

arrebatamento e marasmo,

meu alívio e minha dor.


Sou moderno e antiquado,

a moldura e o quadro,

o escrito e o escritor.


Sou a chave e a fechadura,

anarquia e ditadura,

carrasco e libertador.


Sou anonimato e fama,

a pureza e a lama.

o que foi e o que ficou.


Sou sede e saciedade,

indivíduo e sociedade,

sou a gota e sou o mar.


Tecnológico e artesão,

objetividade e sermão,

sou a mão, porém a contramão.


Sou a tinta e a tela,

a chama e a vela,

irreverência e devoção.


Sou estéreo e mono,

o banquinho e o trono,

a pedra e a flor.


Afinado e dissonante,

sou a aversão e o amante,

o descolorido e a cor.


Sou o ser e o não ser,

o ter, o abster,

ganhar e perder.


Sou azar e sorte,

vida e morte,

ida e vinda,

preguiça e lida,

dia e noite,

carinho e açoite.

Sou...



Postado aqui em 13 de junho de 2012.

14 Comentários

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  1. Antonio Querido!

    Que lindo poema!
    Realmente, somos tudo isso em algum momento!
    Tenho um poema com as caracteristicas parecidas, chamado minhas metades lá no meu blog.
    Tenha uma linda noite de quarta feira!
    Beijos!

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  2. Lindo post Antônio.
    Acredito que todos nós somos essa eterna dualidade,somos iguais e opostos e talvez seja disso que resulta o nosso ser.l
    abraço querido,=)

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  3. Lindo poema à dualidade do ser, do ter, do viver,etc...!
    Bem colocado, dá para fazer reflexão sobre cada verso!
    Abraços amigo poeta!
    Ivone

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  4. Querido amigo Antonio,


    Do título ao poema, adorei. Somos!


    Beijos com carinho

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  5. Nossa Senhora!

    Achei maravilhoso este poema, Antonio!

    Você é tudo isto. Encanta-nos.

    Abraços

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  6. Caríssimo,

    És um grande poeta, é isso que és!

    Lindo poema! Nossas misturas, nossas facetas, lado a e lado b tão difíceis de se entender.

    Grande abraço

    Leila

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  7. Parabéns pelas belas palavras juntadas em poesia.
    Abs

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  8. Olá amigo Antonio,
    Estive afastada por duas semanas, por conta de doença na família e, agora, volto à base.
    Sua poesia eterniza nossos lados avesso e direito, nossos ângulos de comportamentos e modo de ser, enfim, nós como somos.
    Bela postagem, querido!
    Deixo meu abraço e meu sincero beijo em seu coração.
    Maria Paraguassu.

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  9. Antonio,lindo demais seu poema!Vir aqui é sempre bom demais!Não dá vontade de ir embora!Bjs e boa semana!

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  10. Muito interessante, Amigo António.
    Parabéns pela criatividade. Abraço
    Majo Dutra

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  11. Cada um de nós é assim, dependendo do que o momento exige, podemos ser e deixar de ser, como várias facetas da nossa personalidade. Adorei ler! Boa semana! Beijos! :-)

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    Respostas
    1. Como bem cantou Raul seixas: "Prefiro ser essa metamorfose ambulante, do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo".

      Um abraço. Tudo de bom.
      APON NA ARTE DA VIDA 💗 Textos para sentir e pensar & Nossos Vídeos no Youtube.

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