Tem gente que vê demais e enxerga de menos, para lá do olhar, a visão da alma transcende ao lugar comum desse automatismo do ver material. Aprender a enxergar é fundamental.

Não vejo,
mas enxergo com o olhar da imaginação.
Da retina da memória,
saltam formas, cores de outrora,
que a percepção desenha,
redesenha pro agora.
Com o olhar de não olhar,
o espírito desenvolve uma visão,
que transcende a visão.
Tece imagens na película invisível,
na tela da consciência,
aprendendo a se achar onde se perdeu.
Seguir em frente,
consciente de que não existe acaso,
e o destino é o caso que a gente escreveu.
Pôr fé em Deus,
crer em si e na vida,
na correnteza da lida,
nadar contra a corrente.
Seguir em frente sem reclamar,
sem murmurar o rumo que desatinou.
Na passagem dessa vida,
pro esperançar dar guarida,
o futuro escrever,
prescrever um novo tempo,
advento de reaprender a ver.
Seja ainda aqui ou noutra vida,
bem compreender,
o quê de ver.
Cura, se for hora de curar,
perdura se a hora não for agora,
se ainda se demora...
Não vejo,
mas enxergo com o olhar da imaginação.
Seguir em frente,
consciente de que não existe acaso,
e o destino é o caso que a gente escreveu.