Fantásmas no serviço público


Ilustração oficial do blog - Uma rosa vermelha na diagonal, sobre um fractal do por do sol, com o nome Apon em relevo, na parte inferior da imagem. #PraCegoVer

Dois servidores conversando:


- Me disseram que você tem medo de fantasma...


- Não sou muito afeito ao sobrenatural.


- Mas o serviço público tem a maior concentração de fantasmas por metro quadrado. Na sala aí do lado, tem um paletó pendurado na cadeira "despachando" há uns dois anos. Tem os "à disposição" os constantemente de "licença médica", "licença prêmio", os apadrinhados, os laranjas... Mas todos se manifestam no dia de receber o pagamento. Nem precisa ser médium para ver muitos deles no banco.


- Você brinca com tudo, não leva nada a sério...


- Mas você não vê? Basta falar em trabalho para muitos de nossos colegas, virarem assombração, evaporarem. E se precisar socorro de madrugada no SUS, o atendimento é fantasmagórico, se o cidadão não estiver num dia de sorte ou não contar com um forte anjo da guarda, corre o risco de ser mal atendido por um médico com cara de sono e um humor de obsessor com dor de dente. Se não virar um literal fantasma ou piorar o siricutico, vai ser mandado na mesma, para casa ou algum lugar menos apropriado por ter atrapalhado a soneca dos funcionários.


- ETA exagero!


- Exagero nada! No serviço público tem uma horda de encostos esperando aposentadoria desde o dia que foram efetivados. Atrapalham, sobrecarregam, assombram e vampirizam os bons servidores. Espalham os miasmas da má vontade, contaminam a psicosfera do ambiente com seu crônico e preguiçoso vício de nada fazer.


- Por falar nisso. Como tem a copa em 2014 e as olimpíadas em 2016, já se fala em "enforcar" 2015. Querem ponto facultativo.


- portanto meu amigo, brincadeiras à parte, é por essas e outras que não adianta ter medo. Estamos mergulhados no sobrenatural, somos ilhas, cercadas de fantasmas de todos os lados.



Postado aqui em 25 de maio de 2010.


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Antonio Pereira Apon.

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Antonio Pereira Apon

Autor do poema: A pedra. O distraído nela tropeçou... Procurando escrever em prosa e verso com a arte da vida.

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