O gueto da “cultura” e a cultura do gueto


Ilustração oficial do blog - Uma rosa vermelha na diagonal, sobre um fractal do por do sol, com o nome Apon em relevo, na parte inferior da imagem. #PraCegoVer

No gueto todos são pretos,

pretos de todas as cores.

No gueto,

Espinhos há mais que flores.

Convivem,

Sobrevivem:

Sorrisos e dores,

bem e mal,

bom e ruim,

belezas e horrores;

o digno e o vil,

sacro e mundano,

o trabalhador e o malandro,

o lar e o covil.

Onde o que falta farta!

Perversa,

Reversa fartura.

Falta quase tudo,

farta quase nada;

enfartante agrura:

Na encosta e na vala,

na doença e na bala;

desdentados,

desletrados,

marginalizados cidadãos.

Favela.

Artista que é povo,

faz da cultura trampolim;

para a comunidade e para si:

Música, dança, literatura...

Já arteiro,

mutreteiro fingidor;

vomita o medíocre e o infame,

intenta Alcunhar de cultura popular:

Musiqueta, remelexo, garatujas...

No gueto tem gente capaz,

tem gente que faz do bom, do belo e do melhor;

tem arte de verdade,

tem talentos de valor.

Falta oportunidade,

um olhar descobridor.


Antonio Pereira Apon.

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Antonio Pereira Apon

Autor do poema: A pedra. O distraído nela tropeçou... Procurando escrever em prosa e verso com a arte da vida.

6 Comentários

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  1. Oi Antonio

    Um país pensado e executado para que muitos não tenham e não enxergem a oportunidade, para que pouquíssimos tenham a oportunidade de espoliá-los.

    Abraços

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  2. Esse olhar que deveria descobrir talentos e dar oportunidades, em geral, está embaçado na pequenez do pensar, apenas, em seu bem-estar!
    Versos intensos de um realismo "dantesco".
    Abraço.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Não estão preocupados com cultura, arte, povo... Arrivistas. Apenas focados no lucro fácil, rápido, imediatista e inconsequente. Mercadores de titica para o consumo de alienados...

      Um abração.

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  3. Olá, Apon, como vai? Defato a falta é uma questão de ponto de vista, rsrsrs. Lindo é um lugar onde há pessoas de todas as cores em pé de igualdade. Um abraço!

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    Respostas
    1. Sob todos os pontos de vista, assistimos uma epidêmica decadência da arte e da cultura popular. Os interesses empresariais, de pseudo artistas e outras inconfessáveis motivações imperam. Se produz o descartável do descartável, lixo puro! E os verdadeiros talentos, a criatividade e a qualidade são marginalizados.Os reais artistas e os grandes valores das comunidades são quase sempre relegados a planos inferiores, enquanto medíocres aventureiros são alçados à condição de celebridades.

      Um abração e uma boa semana.

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Clique para ler: A pedra.            Poema de Antonio Pereira Apon.




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